"Depois da guerra, pensava eu, restavam apenas cinzas, destroços sem íntimo. Tudo pesando, definitivo e sem reparo. Hoje sei que não é verdade. Onde restou o homem sobreviveu semente, sonho a engravidar o tempo. Esse sonho se ocultou no mais inacessível de nós, lá onde a violência não podia golpear, lá onde a barbárie não tinha acesso. Em todo este tempo, a guerra guardou, inteiras, as suas vozes. Quando se lhes impôs o silêncio elas mudaram de mundo. No escuro permaneceram lunares". Mia Couto, em "Estórias Abensonhadas"
* foto linda capturada do menino Obranco
3 comentários:
Para o menino Kó querido.
tudo lindo! a foto, o texto e o blog.
bjs
paul
brigadim Paul
Bjão
Fê
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