(Poema de Mia Couto, moçambicano, escritor, hibrido entre o que é tradição e o que sempre está a nascer)
Não saberei nunca
dizer adeus
Afinal, só os mortos sabem morrer
Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser
Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo
Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos
Agora não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca
Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim,
escrevo.
19 de maio de 2009
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