Pequenas doses

Mora, na filosofia... prá quê rimar amor e dor?
Monsueto e Arnaldo Passos, 1955

descabimento

pequeno ponto, pequena ponta queimando depressa. de novo, a vida parece explodir tão rapidamente. fogos incadenscentes. hoje sinto como se estivesse enclausarada em minhas pequenas culpas, como se estivesse em um pequeno espaço de um mundo tão vasto. assim como se me olhasse de outro lugar, como se me visse da varanda de um outro planeta. com certo desconsolo, com certa frustraçao. com certa ansiedade de ir mais além. de ir mas, sem saber como chegar. e uma dor. tão estranha doida, porque desvairada. sem nome. dor sem nome. sem lugar. estranhamento. de mim. que não sei quem sou. que não caibo neste espaço tão infimo.

como chegar em casa em meio a um temporal?

intersticial

.
há um espaço entre mim e o desejo que é quase imperceptível
quando toco no horizonte dessa imagem, o que acontece sou eu .
e aí já foi.
e ai já fui.
e aí não sou
.
estou

eis o retorno de saturno

Perdi 20 em 29 amizades,
por conta de uma pedra em minhas mãos.
Embriaguei morrendo 29 vezes.
Estou aprendendo a viver sem você,
já que você não me quer mais.
Passei 29 meses num navio.
E 29 dias na prisão.
E aos 29 com o retorno de saturno
decidi começar a viver.
Quando você deixou de me amar
aprendi a perdoar e a pedir perdão.
E 29 anjos me saudaram e
tive 29amigos outra vez
Renato Russo
.

Dizem os amantes das estrelas que é aos 29.

Acho bonito isso. Acreditando ou não.

partitura

assim nascia
sem saber bem como nascia
nascendo
nada sabia
nome codinome
.
nada sabia
.
apenas palavras soltas
balbuciadas ao vento
sopradas ao pé do ouvido
declamadas no deserto

explodidas na multidão

O nascimento desta página foi lento. Esperou tantos meses quanto fizeram-se necessários. Talvez tempo não humano. Talvez o tempo do nascer de um elefante. Mais de 600 dias... Até fecundar as formas das palavras. Ainda não nasceu.