4 de fevereiro de 2009

Terceiro dia...

Repenso nas sensações deste Fórum... Repenso de quais fluxos estaria constituído... mas sabia apenas fazer algumas perguntas.

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Qual seria o impacto deste encontro sobre os tantos moradores desta cidade?
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Imaginava quantas pessoas, especificamente, homens e meninos, especificamente negros teriam sido presos em ‘precaução’ à roubos. Rótulos dessa nossa pseudo-segurança de cada dia.



No Seminário Internacional de Justiça Juvenil, estas cores aparecem em números. Pela fala de Roseno, Lurdinha trouxe as noticias: A prisão de aproximadamente 300 pessoas, dentre eles cerca e 200 adolescentes. Por outro lado Celina, apurando os dados ressalta que este não necessariamente é fator de indignação para esta população... talvez também como em nossa Fórmula1 este seja um dia de festa, apesar de nesta grande festa poucos entrarem. Por este dia haverão ruas a ser ocupadas pela população. Por este dia alguns ‘suspeitos’ serão retidos e revistados. Por este dia uma garagem alugada. Por este dia talvez mais alguns trocados. Pequenas grandes contradições.


No final do Seminário os participantes escrevem e assinam um manifesto (matéria “O liberal).
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Após tacacá e tapioca:
Quais são as relações que estabelecemos em um intercambio? Quais as potencias possíveis? Tais questões permeararm as falas dos presentes na pequena e quente sala debatiam as chamadas redes de cooperação.
Representantes do MST, CMP, Cosude, E-Changer e entre eles Frei Betto, que com sua prosa simples acalentou de forma especialissima a conversa. Não vou esquecer da sabedoria das formigas.

Eles viajaram dois dias para chegar ao FSM e aqui estão...

28 de janeiro - São quatro os bonecos e cada um traz uma história pra contar.

Andar com os bonecos nos ombros foi de fato uma maratona.
O calor intenso parecia duplicar a força para pegar o ônibus e caminhar nas extensas ruas das duas universidades (UFPA e UFRA - apelidadas de Federal e Rural). Assim como a Maria, da lata d’água na cabeça saímos a conhecer (parte do) espaço, intervindo com os bonecos pelo próprio caminhar. As reações diferiam a cada momento, dependendo do espaço e passantes do lugar.

“Uma vez perguntaram ao Gandhi o que ele achava da democracia ocidental e ele respondeu: Seria uma boa idéia. Eu acho que se perguntássemos a muita gente hoje sobre a justiça a reposta poderia ser a mesma. Porque muito mais da metade da população do mundo não é sujeito dos direitos humanos, é o objeto. É o objeto dos nossos discursos, das nossas organizações, dos nossos movimentos e eles sim são sujeitos e querem ser sujeitos de direito. É dessa realidade que temos que partir”. (fala de Boaventura, no início da mesa)

Paramos na sala que teria a mesa sobre a
Justiciabilidade dos Direitos Humanos principalmente pelo sotaque português de Boaventura. Lá encontramos também Sergio Leitão (Greenpeace), Flávia (RENAP- Rede Nacional de Advogados Populares) e Andre (Terra de Direitos). Chegamos e além dos bancos intervimos a partir dos bonecos no espaço do auditório. Sobre a necessidade de se reinventar o direito.

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15542&editoria_id=5 - Artigo da Carta Maior.
http://tresnoforum.wordpress.com/2009/01/29/a-quem-serve-o-direito-no-brasil/#comment-36 - Blog das meninas que encontramos nesta atividade e estavam realizando uma cobertura experimental e alternativa do FSM.

Marcha pela paz – Abertura do FSM




*Foto das trêsnofórum
Foram muitas as águas deste fórum.
Águas vigorosas. Ora fortes e alegres. Ora profundas e tristes. Mas sempre vigorosas. Sabia já que este era o mês das águas. O rio Guajará e o porto do cais. O rio Guamá torneando as curvas das universidades, Federal e Rural. Os sapos cantarolando a noite entre os brejos. Os muiraquitãs. Rios terra. E chuvas, chuvas diárias e fortes, rápidas, longas. Intensas.

Mas nem só dessas águas fez-se este Fórum Social Mundial.
Sua diversidade de emoções, sim, ultrapassa as diversidades lingüísticas.

Muitos sons.

A energia das
meninas de Emaús, que saltitam vigorosamente em gritos decorados e coletivos. Fortes presenças. Também confesso que me surpreendi de maneira engraçada ao ver, por exemplo, de um lado os batuques fortes e sensuais do tambor de criola e ali rente ao lado o rapaz sentado de pernas cruzadas, olhos fechados a meditar, como se estivesse no topo de uma montanha. Silêncios e barulhos.

Muitas cores. A bandeira GLBTI mesmo traz muitas delas. Assim como a linda bandeira Aymara. Assim como sementes e pinturas dos indígenas da Amazônia. Cores.

No meio destes gritos e cores, fica Belém como a terra das cachoeiras urbanas (parodeando quem está na
bera). Sim, pois suas chuvas intensas molharam essa marcha e fecundaram o inicio deste FSM.

Eu, ainda querendo sentir tudo isso, tudo que acontecia. De que fluxos se constituíam aquele gigantesco encontro? Era apenas o início.

A noite, Lavarello, Liliane, Ivone e eu nos encontramos com nossos
companheiros de duas rodas: Cadu, Roberta, Rodrigo e Daniel e suas magrelas.

Rumo Fórum Social Mundial - em Belém

Pequeno diário escrito em dois dias
(e em 16 rodas – risos)


Registrar esse início de ano...
Tarefa fluída, mas difícil de conter em letras apenas.
Foi-se um mês de 2009 e a vida corre como em uma maratona.
Medos, alegrias, inspirações, tristezas: intensidades que me percorrem inteira.

A janela e o violão

Quando o motorista anunciou o trajeto: São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Maranhão, Belém, tomamos pé de quão longa seria a viagem. Ivone, Liliane e eu partimos do Cedeca Interlagos. Com previsão de três dias viajaríamos junto ao
Movimento de Moradia, outros parceiros do movimento e nossos quatro bonecos na bagagem. A viagem na verdade, salvo os pés inchados e posições difíceis de achar para um cochilo, foi tão boa e tão mais rápida que imaginávamos.




7 de outubro de 2008

Pequenas doses

Mora, na filosofia... prá quê rimar amor e dor?
Monsueto e Arnaldo Passos, 1955

5 de outubro de 2008

descabimento

pequeno ponto, pequena ponta queimando depressa. de novo, a vida parece explodir tão rapidamente. fogos incadenscentes. hoje sinto como se estivesse enclausarada em minhas pequenas culpas, como se estivesse em um pequeno espaço de um mundo tão vasto. assim como se me olhasse de outro lugar, como se me visse da varanda de um outro planeta. com certo desconsolo, com certa frustraçao. com certa ansiedade de ir mais além. de ir mas, sem saber como chegar. e uma dor. tão estranha doida, porque desvairada. sem nome. dor sem nome. sem lugar. estranhamento. de mim. que não sei quem sou. que não caibo neste espaço tão infimo.

1 de outubro de 2008

como chegar em casa em meio a um temporal?